AO ENTARDECER
Mais tarde, servo que descansas, Quando a sombra, envolver-te os olhos fatigados. A noção do tempo crescerá em tua alma E o senhor da vinha Dir-te-á do monte da consciência: Que fizeste da tua luz? Onde guardaste os raios do Sol, As gotas do orvalho, As sementes divinas, O arado amigo e realizador? Que fizeste do meio-dia rutilante Onde deixaste Os rebentos novos, As febres opulentas, Os frutos generosos A dádiva do suor? Contemplarás as mãos vazias, Suportarás o coração tocado de remorso E dirás, em obediência Ao antigo hábito de enganar a ti mesmo: - O Sol causticante crestou a terra do meu campo, Chuvas copiosas trouxeram imensas inundações... Vermes invasores destruíram a erva tenra, Serpentes venenosas atacavam-me os pés. Aos espinheiros que se erguiam acima do solo Respondiam pedras em baixo, Anulando-me a tarefa... Se surgiam alguns brotos na encosta, A Lama descia célere... Se rebentos humildes vinham à planície, Os detrit