"Tudo muda exceto a própria mudança"

Tudo flui e nada permanece; tudo se afasta e nada fica parado... Você não consegue se banhar duas vezes no mesmo rio, pois outras águas e ainda outras sempre vão fluindo...
É na mudança que as coisas acham repouso...

O mundo, pensava Heráclito, é como a chama de uma vela: sempre o mesmo em aparência, mas sempre mudando em substância.
Ironicamente, seu exemplo mais famoso desse paradoxo de forma/substância é aquático: "Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio".
Ainda que possa parecer ser sempre o "mesmo", suas águas fluem incessantemente. No momento em que você põe o pé na água, ela já se foi.

Da mesma forma, todo o mundo está em permanente fluxo; a mudança é constante e inexorável. Ao ponto de vista de Heráclito, de que tudo muda, outros adicionariam a conclusão lógica, "exceto a própria mudança." Heráclito não queria dizer que tudo é um caos; por trás do fluxo e do conflito, ele enxergava um princípio diretor, uma força organizadora, que ele chamou de logos, palavra grega que significa "Razão" ou "Lógica".

É esse logos desmaterializado, inerente ao universo, que transforma o conflito e a mudança em beleza e prazer. "Oposição traz concórdia" é um dos paradoxos de Heráclito. "Da discordância vem a mais bela harmonia." O bem não existe separado do mal, a saúde da doença, a saciedade da fome, ou o descanso do cansaço: eles são os dois lados da mesma moeda metafísica, sucedendo-se um ao outro à medida que a mudança obriga a moeda a girar e girar.

É necessário a revolução, mexer com tudo que está quieto, empoeirado, para que surja novas idéias, ideiais, pensamentos que estavam na inercia possam ter um movimento linear contínuo e crescente.

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