As tendências da educação na era digital!

O vídeo Excesso Tecnologia Crianças, desenvolvido pela Band, cita que:

“...É necessário que as crianças vivam outras experiências, e que estes avanços da era moderna podem ocorrer retardos no desenvolvimento das crianças, que brincando de peão, esconde-esconde ela vai estar interagindo com outras crianças...”

“...Os avanços tecnológicos, são sim importantes para o desenvolvimento das crianças, desde que usados com moderação...”

A era digital está gerando um conflito entre pais/educadores x crianças/adolescentes, em que eles já nascem nesta sociedade digital, a qual temos, TV digital, home teather, mp3, 4, 10, celulares, computadores, laptops e internet, etc..., os quais elas utilizam todos ou quase todos ao mesmo tempo, enquanto pais e educadores ainda estão se adaptando a estes eletrônicos, tem que atualizarem, pois se não o fizerem ficam a margem das crianças.

Paulo César Carbonari –Mestre em filosofia e professor no IFIBE- cita estes conflitos em seu artigo Descontinuidades...contínuas, no jornal Extra Classe:

“É difícil dizer o que significa aprender! E o que é ensinar, então? Aprendemos que ensinar e aprender são dois verbos que se conjugam na transitividade da relação de presenças entre sujeitos. Ensinamos que aprender e ensinar encontram suas sínteses e finalidades nos sujeitos e sua mediação nos múltiplos liames da vida e nas diversas formas de fazer o viver. Sendo assim, que sentido tem a transitividade entre sujeitos e as mediações numa época cada vez mais “digital”?”

“...Afinal, o que significa então pensar? E aprender? E ensinar?”

“Talvez o principal desafio dos pais e dos educadores para educar hoje seja voltar a aprender. Aprender como cada vez menos acumular continuidades e ensinar como cada vez menos mostrar continuidades, aprender como cada vez mais lidar com descontinuidades, continuamente. E quem vai ensinar isso aos pais e educadores?...”

De que adianta ensinar nossas crianças a utilizar um mouse para ver desenhos na tela do computador, sendo que elas não aprenderam ainda a utilizar um lápis de cor para desenhar em um papel, ou ensiná-las a colocar um filme em seu DVD para que se mantenham ocupadas presas dentro de casa ao invés de ensiná-las a brincar com bonecas, fazer bolinhos de barro, jogar peão.

Nem sempre se ensina, nem sempre se aprende, o fundamental é aprender/ ensinar a PENSAR, desenvolver a CRIATIVIDADE.

A sociedade do conhecimento está em construção e nos obriga, por um lado, à melhoria da qualidade da educação fundamental, na lógica da criação, as iniciativas de responsabilidade social e do exercício da cidadania. Por outro, isso nos leva também à necessidade na melhor qualificação, na produtividade e empregabilidade para as futuras gerações. Por fim, à criação de condições para a educação ao longo da vida e para se reconhecer qualquer conhecimento que vier a ser adquirido também por outras formas, como requisito de inovação e desenvolvimento social.

Com todo este avanço tecnológico, esta geração da sociedade do conhecimento, sofre uma pressão muito grande, sendo influenciada pela mídia, que é controlada por um sistema de consumo, ela se vê a margem do seu grupo de relacionamento, no momento em que ela não tem os mesmos acessórios, vestuários e tecnologias que seus amigos possuem, também sofrem com a pressão dos pais que não puderam estudar quando jovens, ou que não tem uma profissão considerada de status social, colocando assim os seus sonhos e desejos em seus filhos, querendo que eles estudem para que sejam “alguém na vida”, existe a pressão dos pais que têm estas profissões de status social e querem que os seus filhos sigam as mesma carreiras que eles.

Os pais sempre usaram os filhos para compensar suas próprias frustrações, contudo hoje está em demasia. Muitos colocam as responsabilidades que deveriam ser somente dos filhos, no plural: “nós temos que fazer o tema de casa”, “nós temos que estudar para o vestibular de direito/medicina”. Este excesso de controle pode fazer com que estas crianças se sintam perdidas quando precisam tomar decisões sozinhas, podem desenvolver uma identidade fragmentada, em que necessitam da presença dos pais para resolverem seus problemas, por mais banal que seja.

Carl Honoré, formado em história e italiano pela Universidade de Edimburgo, cita em seu livro Sob pressão:

“No passado, a criança trabalhadora labutava nos campos e, depois, nas fábricas da revolução industrial. O século 20 testemunhou a ascensão da criança sem limites. Agora ingressamos na era da Criança Gerenciada.”

Considerando todo o empenho, proteção e dinheiro que os pais hoje gastam com educação e facilidades para as crianças, deveríamos acreditar que esta geração é a mais saudável, feliz e habilidosa que teremos, contudo não é o que vemos, constantemente vemos artigos sobre obesidade, depressão, anorexia e diversas outras anomalias na infância, que vem sendo estudadas. Podemos questionar se todas estas adversidades sempre existiram, mas não havia a mídia sensacionalista e a grande rede para divulgação ou devido ao grande avanço tecnológico as crianças estão sendo exigidas em excesso cada vez mais novas, para que tenham um resultado também mais cedo?

Conclusão

Cabe a nós avaliar o quanto se faz necessário exigir de nossas crianças para que elas sejam as melhores da turma ou que sejam grandes profissionais no futuro, enquanto que elas querem apenas ser crianças, deixar que elas aproveitem cada etapa de seu desenvolvimento com maior intensidade, fazendo com que elas não pulem estas fazes, é necessário uma boa base e estrutura familiar para que estas crianças possam ser grandes alunos e profissionais com prazer, e não almejando apenas serem os primeiros.

REFERÊNCIAS

Carbonari, Paulo César. Descontinuidades...Contínuas. Jornal EXTRA CLASSE, ano 14, número 140, Dezembro de 2009

Honoré, Carl. Crianças sob Pressão. Jornal EXTRA CLASSE, ano 14, número 140, Dezembro de 2009

Vídeos Excesso Tecnologias Crianças, Pare.Pense e Como será o futuro eu não sei.Prepare-se para ele. Extraídos do site WWW.youtube.com.

Comentários

  1. OI encontrei dois artigos que podem te ajudar com dados estatísticos para o teu trabalho, mas não são os que trabalhei com a Marlise na G2 do semestre passado. seguem os links:
    1- Infovias e educação: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022003000200009&lang=pt
    2- Uso de computador e ergonomia: um estudo sobre as escolas de ensino fundamental e médio de São Paulo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022003000100006&lang=pt

    Beijão....

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